sábado, 27 de fevereiro de 2010

Dever inelutável da hora presente: Resistir e Combater


Quando a instituição do aborto, do uso de pílula contraceptiva ou abortiva, da união antinatura entre pessoas do mesmo sexo não estão mais, por princípio, em conexão fundamental com a ordem inserida na realidade da natureza e da graça e passam a depender simplesmente do voto de uma maioria; quando se pretende arrancar, não só os crucifixos, mas o próprio Cristo dos hospitais, das repartições e das escolas, eliminando-o de toda a vida pública e de uma parte da vida privada, está consumada a Revolução Política. A presença luminosa da Igreja é velada pelo laicismo e a fumaça de uma ditadura indizível já se pode sentir.
Em face de tais circunstâncias, não resta outra alternativa aos católicos que não tremem nem coram de se apresentar como tais, senão o dever inelutável que se nos apresenta na hora presente: resistir e combater.
No entanto, urge salientar que não é a luta contra um indivíduo a que estamos propondo, nem sequer contra um partido ou facção determinada. Não é uma luta privada por bens ou postos, ou por obter algum espaço no mecanismo de reajuste do sistema.
Aprendemos com os clássicos que a democracia é a profanação da política; com o magistério autêntico da Igreja, que não se pode convalidar a aberração da soberania do povo nem o mito absurdo do sufrágio universal; e ainda, aprendemos por experiência histórica que era certo aquilo que ensinava Maurras: não é a democracia que está doente, a doença é a democracia.
A doença é o regime, e todo empenho por reconquistar a saúde da Pátria, deve começar por impugná-lo sem concessões, e combatê-lo coerentemente até as últimas conseqüências.
Mas esta luta contra a tirania democrática, contra este mando ilícito por sua ordem e por seu exercício, contra este despotismo subversivo que tudo corrói, compromete ademais – e prioritariamente – nossa fidelidade de batizados. Com efeito, é doutrina segura da Fé Católica, transmitida até hoje sem míngua nem desgaste, que os fiéis de uma nação cristã possuem o direito a desobedecer aos governantes ilegítimos; a desacatar suas propostas primeiro; a rebelar-se depois gradualmente em forma passiva e ativa, até chegar a resistência franca, física, obstinada e heróica, quando a tirania não deixa outra possibilidade mais que sua morte para que possa restituir-se a vida da nação.
Mas não se trata somente de um direito que pode ser exercido ou não segundo os casos. Sobre determinadas circunstâncias – precisamente quando as forças subversivas e sediciosas ocupam o poder e destroem o bem comum completo - a resistência ativa integral é um dever coletivo dos cristãos, que ninguém pode recusar enquanto dure o estado de agressão permanente; é uma obrigação moral da qual ninguém pode se abster, é um imperativo que reclama concreção e resposta, é uma reconquista que não perdoa escusas nem protelações.
O ensinaram os Padres e a melhor escolástica, os teólogos de nota e os sábios moralistas de todos os séculos. Existe a exigência de levantar batalha em defesa da Realeza Social de Jesus Cristo, quando ela é agredida, esbofeteada, escarnecida e traída com anuência do tirano e de seus sicários. Exigência que chega, como o entendeu esse povo hierarquizado de 1964 aos civis capazes – varões e mulheres -, aos sacerdotes insubmissos em seu ministério, àqueles que sintam náuseas de permanecer neutros em momento de tão decisivo transe, e aos guerreiros genuínos, para quem a Pátria é um Graal reluzente pela qual cabe andar de vigília em vigília até o derramamento de sangue. Por isso, o Cardeal Bellarmino falava da Santa Intolerância, e Urbano VIII absolveu do juramento de fidelidade aos soldados que o havia prestado ao Conde Hugo, ratificando assim o princípio de que a fidelidade das tropas de um país cristão se deve primeiro a Deus que aos homens, e que não têm por que prestar-se aos governantes quando eles se comportam como sacrílegos, apóstatas e ímpios consumados.
Não nos será possível esta contenda se não forjarmos em nós e em nossos camaradas e amigos, o modelo de militante que nos impõem estes tempos.
A defesa da Pátria e dos valores cristãos - católicos - inerentes a ela, não poderá ser uma ocasião para os frívolos, nem um refúgio para os cômodos, nem um ponto de reunião para os derrotados. Tampouco será campo para fugazes ativistas nem para esses falsos pregadores que crêem querer a Deus porque a ninguém os quer e menosprezam tudo cheios de soberba e de auto-suficiência estéril. Venham cerrar filas conosco os que depuseram a intriga e o interesse pessoal, o sarcasmo vazio, o personalismo soberbo e as aventuras sem direção. Venham a nossos quadros – pobres em cifras e meios, mas plenos em verdades – os que mantêm a firmeza das convicções absolutas e a coragem de sustentá-las oportuna e inoportunamente.
O militante que necessitamos não é o espectador de um espetáculo, é o antagonista de uma luta justa. Não é o covarde que, em seu gabinete ou no conforto de sua casa, acusa o erro mas nem cogita a possibilidade de lutar para expurgá-lo. Não é o que se submete à comédia da participação democrática, senão a testemunha de um drama que espera reverter com seu esforço em uma jornada de júbilo. Não é o agitador de bandeiras estridentes, senão o portador silencioso do lábaro da glória.
Não é o candidato que se prostra suplicante ante os homens, senão o homem que entende que a hierarquia se funda no trabalho, no serviço. E não será talvez, o que recorra aos degraus do êxito nas campanhas publicitárias, mas sim aquele que se abraçou à cruz, seduzido por seu esplendor e por sua graça.
O militante que necessitamos não é o que pergunta qual é o programa, assim como ocorre nos partidos políticos. Bem dizia Codreanu que o país agoniza por falta de homens integrais (completos) e não por ausência de programas. O nosso, não obstante, foi exposto por mestres mártires e personalidades eminentes do pensamento católico.
Mas seu melhor legado segue sendo as recordações vivas de seus grandes feitos.
Não nos faltam propostas, como se diz por aí com ignorância ou malicia. Não nos faltam soluções concretas para os problemas reais. Mas pedimos primeiro para nós: disciplina e trabalho, ajuda mútua e honra, confiança e sacrifício, formação e ação, oração e adoração permanente sobre todas as coisas.
O resto – como o prometido acréscimo – sobrevirá quando menos esperarmos.
O militante que necessitamos é o que sabe que quando não existe bem não existe escolha, e que entre o mal e o mal menor – que é sempre um mal – está o bem possível. O bem pendente e realizável: a Reconquista e a Restauração da soberania plena em nome de Deus e da Pátria.
Trata-se de vencer as condutas resignadas, e essa dor ingrata que é o fatalismo e a desolação. Marchar sem esperança não podemos, porque ela é nossa força. E se estiver certo Péguy que outrora lembrou que “Deus disse: a fé que eu mais quero é a esperança”, ela nos levará à fé e à caridade, que é a única trilogia que não foi capitulada...
O militante que necessitamos deve amar a Pátria como pessoa viva. Com amor de filho, como prova de gratidão pelo recebido; com amor de esposo, sustentado na fidelidade indissolúvel; e com amor de pai, que é amor de serviço e de sacrifício, de porvenir e gozo.
O militante que necessitamos há de nos encontrar. Que some sua dádiva ao nosso coro, que aproxime mãos e braços, palma ao céu, sem dar nem pedir trégua. Que traga sua insistência em não render-se. Que venha sem regresso e com o coração crispado de promessas. Que suba a bandeira até o cimo, que se aliste nas guardas sem relevo, que com o Rosário no peito e Cristo como chefe pronuncie sem temor o nome do Brasil, porque assim – o juramos – Brasil é quem vence!

Carta Pastoral Sobre a Seita Comunista - D. Geraldo de Proença Sigaud


D. Sigaud (Belo Horizonte, 26 de setembro de 1909 — 5 de setembro de 1999)


1. Socialismo e comunismo

O socialismo é condenado pelo direito natural, e não pode haver socialismo cristão
O socialismo ensina a mesma doutrina marxista que o comunismo. Tem o mesmo objetivo, a Revolução, e quer a mesma organização econômica da sociedade. É materialista, rejeita a Religião, a moral, o direito, Deus, a Igreja, os direitos da família, do indivíduo. Quer que todos os meios de produção estejam nas mãos do Estado, e igualmente toda a educação, todos os transportes, as finanças, e que o Estado seja o soberano senhor de todas as forças da nação. Deseja a supressão da diferença entre as classes sociais. Também para o socialismo, a pessoa existe para o Estado, não o Estado para a pessoa (cf. Leão XIII, Encíclica Rerum Novarum, Edit. Vozes, pp. 5 e 6).
A diferença que há entre os socialistas e os comunistas é uma diferença de método. Os comunistas desejam a implantação imediata da ditadura do proletariado para realizar a Revolução. Os socialistas recorrem a meios "legais" para obter o mesmo objetivo. Recorrem às eleições, às greves legais, às agitações sem derramamento de sangue, para conseguir leis de nacionalização, de ensino laico. Vão fazendo a nação deslizar para o comunismo em geral sem convulsões violentas. O socialismo é uma rampa pela qual as nações vão resvalando para o comunismo quase sem perceberem.

2. Socialismo e seus matizes

A vantagem tática do socialismo, para os que dirigem a seita comunista, é que o socialismo pode tomar coloridos mais suaves. O comunismo é vermelho-sangue. O socialismo pode ir do rubro ao cor de rosa. O comunismo tem dificuldade de se fazer passar por cristão. O socialismo arranja modos de se dizer cristão, e assim realizar a Revolução paulatinamente e por etapas.

3. Socialismo cristão

Os fautores da Revolução realizaram esta proeza de enfeitarem o socialismo com o rótulo de cristão. Com um semblante comovido tais socialistas cristãos condenam o capitalismo como intrinsecamente mau, pior do que o comunismo. E com comoção dizem que no comunismo há muita coisa boa. Seu ódio à América do Norte é violento.
Suas simpatias pela Rússia são difíceis de esconder. Consideram o capital uma abominação quando nas mãos daquele que o amealhou com seu suor, mas o acham admirável quando nas mãos do Estado. Têm uma confiança cega no Estado, e uma desconfiança irremediável da iniciativa particular. Têm antipatia à ordem desigual e hierárquica de uma sociedade de classes, e têm prazer de se proletarizar. Mas confessam se e comungam, e se dizem católicos progressistas.
É possível um socialismo cristão? Sua Santidade o Papa Pio XI já respondeu a esta questão na Encíclica Quadragesimo Anno: "Se este erro, como todos os mais, encerra algo de verdade, o que os Sumos Pontífices nunca negaram, funda se contudo numa concepção da sociedade humana diametralmente oposta à verdadeira doutrina católica. Socialismo religioso, socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista" (Edit. Vozes, p. 44, n.° 119).
E se o socialismo for muito moderado? Mesmo neste caso continua incompatível com o Catolicismo. Pio XI é explicito também neste ponto. Ouçamo lo: "E se o socialismo estiver tão moderado no tocante à luta de classes e à propriedade particular, que não mereça nisto a mínima censura? Terá por isto renunciado à sua natureza essencialmente anticristã? Eis uma dúvida que a muitos traz suspensos. Muitíssimos católicos, convencidos de que os princípios cristãos não podem abandonar se nem jamais obliterar-se, volvem os olhos para esta Santa Sé e suplicam instantemente que definamos se este socialismo repudiou de tal maneira as suas falsas doutrinas, que já se possa abraçar e quase batizar, sem prejuízo de nenhum princípio cristão. Para lhes respondermos, como pede a Nossa paterna solicitude, declaramos: o socialismo, quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como "ação", se é verdadeiro socialismo, mesmo depois de se aproximar da verdade e da justiça nos pontos sobreditos, não pode conciliar se com a doutrina católica, pois concebe a sociedade de um modo completamente avesso à verdade cristã" (Encíclica Quadragesimo Anno, Edit. Vozes, p. 43, n.° 117).

Realmente, Deus estabeleceu uma ordem natural, que não é licito ao homem violar, e a esta ordem pertencem dois pontos que todo socialismo viola. São os seguintes:

a) O papel subsidiário do Estado. O Estado não existe para absorver ou substituir os indivíduos, as famílias e as associações, mas para realizar as tarefas que estes elementos não podem realizar por si mesmos. Assim João XXIII, na Encíclica Mater et Magistra: "Essa ação do Estado, que protege, estimula, coordena, supre e complementa, apóia se no "princípio de subsidiaridade" (A. A. S., XXIII, 1931, p. 203), assim formulado por Pio XI na Encíclica Quadragesimo Anno: "Permanece, contudo, firme e constante na filosofia social aquele importantíssimo princípio que é inamovível e imutável: assim como não é lícito subtrair aos indivíduos o que eles podem realizar com as próprias forças e indústria para confiá lo à coletividade, do mesmo modo passar para uma sociedade maior e mais elevada o que sociedades menores e inferiores poderiam conseguir, é uma injustiça ao mesmo tempo que um grave dano e perturbação da boa ordem. O fim natural da sociedade e de sua ação é coadjuvar os seus membros e não destruí-los nem absorvê los" (ibid., p. 203) (apud "Catolicismo", n.° 129, de setembro de 1961).

b) O indivíduo, as famílias, as associações têm direito de possuir bens de raiz, bens móveis e bens produtivos. O Estado não pode açambarcar estes bens para si. Os homens têm o direito e o dever de proverem às suas necessidades, e o Estado não pode se arvorar em Providência e suprimir este direito ou substituir se a este dever.
Por isto tudo, o socialismo é condenado pelo direito natural, e não pode haver socialismo cristão.

4. A Igreja primitiva foi comunista? As ordens religiosas são comunistas?

Amados Filhos, provavelmente já tereis ouvido ou lido afirmarem que a Igreja primitiva foi comunista e que as atuais Ordens Religiosas o são.
Depois do que dissemos a respeito do marxismo, compreendereis que somente um ignorante ou uma pessoa de má fé pode afirmar uma monstruosidade tal.
Mas, mesmo se abstrairmos do marxismo, nem a Igreja primitiva praticou, nem as Ordens Religiosas praticam o comunismo. Vede bem que o essencial do comunismo é a negação do direito de propriedade.
Ora, examinemos sob este aspecto a Igreja primitiva. Levadas da vontade de seguir de perto o exemplo do Divino Mestre e realizar os conselhos evangélicos, várias famílias cristãs de Jerusalém resolveram viver no voto de pobreza. Para isto venderam tudo o que tinham e entregaram o dinheiro aos Apóstolos para que com ele fosse mantida a comunidade. Notai bem: os indivíduos desta comunidade renunciavam a seus bens porque queriam. Quem não quisesse viver na pobreza, não precisava. Assim disse São Pedro a Ananias: "Conservando o campo, ele não ficava teu? E vendendo o, não dependia de ti o que farias com o dinheiro?" (At. 5, 4).
A Igreja permitia que os que quisessem viver sem possuir nada pessoalmente, o fizessem. Mas, de um lado, isto era livre; de outro, o imóvel ou o dinheiro apurado passava a ser propriedade da comunidade. Ficava pois de pé o direito de propriedade da comunidade; não era negado nem transferido ao Estado.
Para desiludir os comunistas utópicos, devemos dizer que a primeira tentativa de realizar o ideal da pobreza não foi bem sucedida. Consumidos os capitais apurados na venda dos imóveis, criou se em Jerusalém uma situação difícil, e foi preciso as outras comunidades cristãs enviarem periodicamente esmolas para Jerusalém a fim de sustentarem os irmãos que tinham renunciado a seus bens. Verificou se que o voto de pobreza só é possível junto do voto de castidade, e que o estado de pobreza evangélica não é possível quando há família, mulher e filhos. Para pessoas casadas o caminho da santidade está no trabalho e na reta administração das riquezas temporais. Mais tarde a Igreja retomou a experiência, primeiro com indivíduos isolados, os anacoretas, depois com pequenas comunidades de eremitas, os cenobitas; só depois que raiou a liberdade para o Cristianismo é que dois grandes Santos organizaram a vida de pobreza evangélica aliada à obediência e à castidade: no Oriente, São Basílio; no Ocidente, São Bento. Mas, se o monge renuncia a toda propriedade pessoal, o mosteiro passa a ser o proprietário. Verifica se o que se dá muitas vezes na família: se os indivíduos não são donos, a família é a proprietária.
Vejamos agora o valor que tem a afirmação de que as Ordens Religiosas são comunistas ou socialistas.
Ninguém afirmará que as doutrinas filosóficas, sociológicas, teológicas do comunismo se encontram realizadas nas Ordens Religiosas. Tal afirmação é tão absurda, que ninguém a tomaria a sério. Restaria então o tipo de vida econômica das Ordens Religiosas. Perguntamos: o tipo de vida econômica que o comunismo pretende implantar é aquele que as Ordens Religiosas realizam há tantos séculos? Para respondermos com clareza a este absurdo, que no entanto se repete com enfadonha monotonia, vamos analisar um pouco mais de perto o tipo de vida econômica das Ordens Mendicantes. É sabido que são elas que realizam o ideal de pobreza evangélica mais absoluto entre as comunidades religiosas. Verificado que nelas não há sombra do tipo econômico comunista, fica provado que as outras Ordens e Congregações, em que o tipo de pobreza é mais suave, a fortiori não podem ser tachadas de comunistas.
Nas Ordens Mendicantes mais rigorosas, não só os Religiosos individualmente nada possuem de próprio, mas nem mesmo a Ordem, as Províncias ou conventos são os titulares das propriedades. Em lugar deles a Santa Sé ou a Diocese são os proprietários formais. A administração dos bens destinados à Ordem, à Província ou ao convento é realizada por pessoas nomeadas pela Santa Sé ou pela Diocese. Mas, se a propriedade não é nominalmente da Ordem, etc., os frutos do patrimônio que existir, ou as esmolas dadas pelos fiéis, se aplicam formalmente à manutenção daquele convento e daquela comunidade para que são destinados. Assim, os Religiosos não têm os ônus da propriedade e de sua administração, caridosamente suportados pela Autoridade Eclesiástica, mas têm as rendas necessárias para se manterem. É a realização da pobreza de Cristo e da fé na Providência. É o "nihil habentes, et omnia possidentes" de São Paulo (2 Cor. 6, 10 ) . Assim, as Ordens Mendicantes são a mais formal refutação do comunismo. Porque:

a) A renúncia às propriedades é uma afirmação clara da existência do direito de propriedade, pois ninguém renuncia seriamente ao que não existe.

b) Cada comunidade e cada Religioso tem o direito de viver dos frutos do patrimônio e das esmolas que tocam ao convento, e que são administrados pela Autoridade Eclesiástica em favor da comunidade, e não arbitrariamente.

c) O Religioso renuncia ao direito de propriedade voluntariamente. O comunismo nega este direito e confisca as propriedades violentamente.

d) O Religioso abraça a pobreza voluntária para melhor seguir a Nosso Senhor Jesus Cristo e santificar melhor sua alma na esperança da vida eterna. O comunismo diz que destrói a propriedade particular para proporcionar a todos os homens a maior soma de prazeres nesta terra, uma vez que não existe a vida eterna.

e) Na realidade, a pobreza voluntária dos Religiosos os leva a maior liberdade no serviço de Deus. O comunismo, prometendo a maior soma de prazeres, realmente tem por fim escravizar os homens, e depois, por meio da fome, obrigá los à total apostasia de Deus.

f) A pobreza voluntária das Ordens Religiosas serve a Deus. O comunismo serve a Satanás.

Concluindo, devemos pois dizer que a afirmação de que as Ordens Religiosas realizam o tipo econômico do comunismo é uma verdadeira blasfêmia.
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* Carta Pastoral Sobre a Seita Comunista – seus erros, sua ação revolucionária e os deveres dos católicos na hora presente. D. Geraldo de Proença Sigaud, S. V. D. Publicada em 6 de janeiro de 1962 na cidade de Diamantina, MG. 2º. Edição, Editora Vera Cruz, São Paulo, 1963. Cap. IV, pp. 94-1014.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vida de heroísmo

"Nossa covardia imagina que os remédios que não incomodam, os paliativos que se adaptam á natureza, bastam para curar os nossos males. A observação imparcial, porém, contradiz estas esperanças interessadas, e, em toda a sociedade, as ações, que julgamos exigirem apenas uma dose comum de moralidade e de dedicação não são praticadas pela grande maioria dos indivíduos, senão quando eles têm diante de si impulsores e guias capazes de levarem até ao heroísmo a perfeita observância do princípio integral.
Ora os que voluntariamente guardam a castidade perpétua desempenham este papel magnífico de campeões e de chefes, e por isso mesmo são também eles, como os pais de uma numerosa prole, credores do belo título de : pais da pátria.
Quando os seus serviços e as suas virtudes chegam a seu ponto culminante, não são simplesmente pais da pátria, mas os pais da humanidade inteira, que, pelo correr dos anos, vive de seus exemplos, de suas sublimes lições.
É verdadeiramente estranho como nossos contemporâneos, que não regateiam encômios, quando se trata de celebrar os grandes sábios, os grandes artistas, liguem tão pouca importância aos serviços, muito mais relevantes, prestados por esses admiráveis batalhadores da vida moral, a que chamamos os santos.
E contudo é a energia e força desses heróis que amparam nossa fraqueza, e que destarte nos fazem participantes da abundância da vida espiritual que delles transborda. Seus exemplos nos mostram, a par do nosso dever, a extensão do nosso poder e, após esses campeões, esses conquistadores da liberdade espiritual, caminha a imensa multidão dos homens, aliás não tão libertados e completamente forros como eles, mas ainda assim, não tão servis e menos escravos do egoísmo desses maus apetites.
Acautelemo-nos de, leviamente, taxar de excentricidade e de exageração essas práticas e atitudes que não são senão uma bela reação vigorosa e necessária contra os excessos, mui nocivos, de uma sensualidade grosseira, para com a qual, contudo, somos pródigos dos tesouros da nossa indulgência.
Esses homens combateram tão duramente contra as exigências, aparentemente, mui legítimas do corpo e do espírito, porque sabiam que nós lutamos tão pouco e tão mal contra os piores excessos; e assim, graças a eles, nos é dado, a nós, beneficiados por essa vigilância, evitar os escolhos que se ocultam nas proximidades de nossas tendências normais".

(Pe. Bureau: A indisciplina dos costumes)


Anticristo - Cardeal Pie

"Perseverai na fé, caríssimos irmãos; perseverai também nas obras, sobretudo nas obras de caridade. É uma doutrina constante e que não deve ser abandonada a nenhum preço: aqueles que crêem em Deus são os que tomam a frente das boas obras: a humanidade, e principalmente, a humanidade sofredora encontrará sempre consolo desse modo. Não ouvimos dizer também, que nesses últimos dias, a esmola feita por sentimento sobrenatural e segundo as tradições da piedade cristã não terá lugar no seio de nossas sociedades e que seu “selo eclesiástico” será uma ofensa à dignidade dos necessitados que se tenta aliviar? O naturalismo, o ardor que põe na secularização de tudo, entende que fazer o bem é obra puramente humana, profana e não tem nada em comum com a ordem da graça e da salvação. Propósito execrável, e se pudesse chegar a desencorajar a caridade cristã e sacerdotal, conseguiria neutralizar as mais oportunas fontes de alívio dos infelizes. Ah! Eu vos diria ainda: “cuidado com o anticristo”: “unum moneo: cavete antichristum”. Mas tenham os olhos sempre fixos em Cristo; no menino Jesus do estábulo de Belém; no operário-Deus do ateliê de Nazaré; naquele que, sendo rico por natureza fez-se pobre para nos enriquecer com sua humilhação; naquele que será um dia nosso juiz, e que, em consideração com essa multidão de operários indigentes e privados de trabalho que terá sido aliviada por amor a Ele, nos fará possuir o reino que seu Pai nos preparou".

Cardeal Pie: Anticristo: Instrução pastoral - Quaresma 1863.


Necessidade de doutrinas firmes

"Hoje mais do que nunca (...) a sociedade tem necessidade de doutrinas firmes e coerentes consigo mesmas. Em meio à destruição geral das idéias, somente a asserção, uma afirmação nítida, sólida, sem misturas, logrará ter aceitação. Os ajustes se tornam cada vez mais estéreis e cada um arranca uma fatia da verdade (...). Mostrai-vos, pois, tal como sois no fundo: católicos convictos. (...)
Há uma graça unida à confissão plena e inteira da fé. Esta confissão, como diz o Apóstolo, é a salvação dos que a fazem, e a experiência mostra que é também daqueles que a escutam."

Dom Prospér Guéranger. "Le Sens Chrétien de L'Histoire" Nouveile Aurore, Paris, 1977. pág. 31-32.


sábado, 13 de fevereiro de 2010

67 Bispos brasileiros se manifestam contra pontos do Plano Nacional de Direitos Humanos 3.

Pronunciamento acerca do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos
 
Nós abaixo-assinados, impelidos por nosso dever pastoral como Bispos católicos, provenientes de várias regiões do País, reunidos em um encontro de atualização pastoral – prosseguindo a tradição profética da Igreja Católica no Brasil que, nos momentos mais significativos da história de nosso País, sempre se manifestou em favor da democracia, dos legítimos direitos humanos e do bem comum da sociedade, em continuidade com a Declaração da CNBB do dia 15 de Janeiro de 2010 e com a Nota da Comissão Episcopal de Pastoral para a Vida e a Família e em consonância com os pareceres emitidos por diversos segmentos da sociedade brasileira feridos pelo III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), assinado pelo Preside nte da República no dia 21 de dezembro de 2009 – nos vemos no dever de manifestar publicamente nossa rejeição a determinados pontos deste Programa.
Diz a referida Declaração: “A CNBB reafirma sua posição muitas vezes manifestada em defesa da vida e da família e contrária à discriminalização do aborto, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito de adoção de crianças por casais homo-afetivos. Rejeita, também, a criação de mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União, pois considera que tal medida intolerante, pretende ignorar nossas raízes históricas”.
Não podemos aceitar que o legítimo direito humano, já reconhecido na Declaração de 1948, de liberdade religiosa em todos os níveis, inclusive o público, possa ser cerceado pela imposição ideológica que pretende reduzir a manifestação religiosa a um âmbito exclusivamente privado. Os símbolos religiosos expressam a alma do povo brasileiro e são manifestação das raízes históricas cristãs que ninguém tem o direito de cancelar.
Há propostas que banalizam a vida, descaracterizam a instituição familiar do matrimônio, cerceiam a liberdade de expressão na imprensa, reduzem as garantias jurídicas da propriedade privada, limitam o exercício do poder judiciário, como ainda correm o perigo de reacender conflitos sociais já pacificados com a lei da anistia. Estas propostas constituem, portanto, ameaça à própria paz social.
Fazemos nossas as palavras do Cardeal Dom Geraldo Majela Agnelo, Primaz do Brasil, referidas à proposta de discriminalização do aborto, mas extensivas aos demais aspectos negativos do programa. O PNHD 3 “pretende fazer passar como direito universal a vontade de uma minoria, já que a maioria da população brasileira manifestou explicitamente sua vontade contrária. Fazer aprovar por decreto o que já foi rechaçado repetidas vezes por órgãos legítimos traz à tona métodos autoritários, dos quais com muito sacrifício nos libertamos ao restabelecer a democracia no Brasil na década de 80”.
“Firmes na esperança, pacientes na tribulação, constantes na oração” (Rm 12, 12), confiamos a Deus, Senhor supremo da Vida e da História, os rumos de nossa Pátria brasileira.
Rio de Janeiro, 28 de Janeiro de 2010.

+ Alano Maria Pena, Arcebispo de Niteroi, RJ
+ Francisco de Assis Dantas de Lucena, Bispo de Guarabira
+ Fernando Arêas Rifan, Bispo da Administração Apostólica S. João Maria Vianney, Campos, RJ
+ Benedito Gonçalves Santos, Bispo de Presidente Prudente, SP
+ Joaquim Carreira, Bispo Auxiliar de São Paulo, SP
+ Juarez Silva, Bispo de Oeiras, PI
+ Manoel Pestana Filho, Bispo emérito de Anápolis, GO
+ José Moreira da Silva, Bispo de Januária, MG
+ Tarcísio Nascentes dos Santos, Bispo de Divinópolis, MG
+ Guiliano Frigenni, Bispo de Parintins, AM
+ Paulo Francisco Machado, Bispo de Uberlândia
+ Gilberto Pastana de Oliveira, Bispo de Imperatriz, MA
+ Philipe Dickmans, Bispo de Miracema, TO
+ Edney Gouvêa Mattoso, Bispo eleito de Nova Friburgo, RJ
+ Carlos Alberto dos Santos, Bispo de Teixeira de Freitas – Caravelas, BA
+ Walter Michael Ebejer, Bispo emérito de União da Vitória, PR
+ José Antônio Peruzzo, Bispo de Palmas – Francisco Beltrão, PR
+ Franco Cuter, Bispo de Grajaú, MA
+ Karl Josef Romer, Secretário emérito do Pontifício Conselho para a Família
+ Roberto Lopes, Abade do Mosteiro de São Bento, Rio de Janeiro, RJ
+ Orani João Tempesta OCist., Arcebispo do Rio de Janeiro, RJ
+ Eugenio de Araujo Card. Sales, Arcebispo emérito do Rio de Janeiro, RJ
+ João Carlos Petrini, Bispo Auxiliar de São Salvador da Bahia
+ Luciano Bergamin, Bispo de Nova Iguaçu, RJ
+ Antônio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, RJ
+ Wilson Tadeu Jönck, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
+ Pedro Brito Guimarães, Bispo de São Raimundo Nonato, PI
+ Fernando Guimarães, Bispo de Garanhuns, PE
+ Salvador Paruzzo, Bispo de Ourinhos, SP
+ José Moureira de Mello, Bispo de Itapeva, SP
+ José Francisco Rezende Dias, Bispo de Duque de Caxias, RJ
+ Laurindo Guizzardi, Bispo de Foz do Iguaçu, PR
+ Gornônio Alves da Encarnação Neto, Bispo de Itapetininga, SP
+ Carmo João Rhoden, Bispo de Taubaté, SP
+ Ceslau Stanula, Bispo de Itabuna, BA
+ João Bosco de Sousa, Bispo de União da Vitória, PR]
+ Osvino José Both, Arcebispo Militar do Brasil, BSB
+ Capistrano Francisco Heim, Bispo Prelado de Itaituba, PA
+ Aldo di Cillo Pagotto, Arcebispo da Paraíba, PB
+ Gil Antonio Moreira, Arcebispo de Juiz de Fora, MG
+ Moacir Silva, Bispo de São José dos Campos, SP
+ Diamantino Prata de Carvalho, Bispo de Campanha, MG
+ Caetano Ferrari, Bispo de Bauru, SP
+ Aléssio Saccardo, Bispo de Ponta de Pedras, PA
+ Heitor de Araújo Sales, Arcebispo emérito de Natal, RN
+ Matias Patrício de Macêdo, Arcebispo de Natal, RN
+ Geraldo Dantas de Andrade, Bispo auxiliar de São Luis do Maranhão, MA
+ Bonifácio Piccinini, Arcebispo emérito de Cuiabá, MT
+ Tarcísio Scamarussa, Bispo Auxiliar de São Paulo, SP
+ Celso José Pinto da Silva, Arcebispo emérito de Teresina, PI
+ José Palmeira Lessa, Arcebispo de Aracaju, SE
+ Antônio Carlos Altieri, Bispo de Caraguatatuba, SP
+ Aloisio Hilário de Pinho, Bispo emérito de Jataí, GO
+ Guilherme Porto, Bispo de Sete Lagoas, MG
+ Adalberto Paulo da Silva, Bispo Auxiliar emérito de Fortaleza, CE
+ Bruno Pedron, Bispo de Ji-Paraná, RO
+ Fernando Mason, Bispo de Piracicaba, SP
+ João Mamede Filho, Bispo Auxiliar de São Paulo, SP
+ José Maria Pires, Arcebispo emérito de Paraíba, PB
+ Alfredo Schaffler, Bispo de Parnaíba, PI
+ João Messi, Bispo de Barra do Piraí – Volta Redonda, RJ
+  Friederich Heimler, Bispo de Cruz Alta, RS
+ Osvaldo Giuntini, Bispo de Marília, SP
+ Assis Lopes, Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ
+ Edson de Castro Homem, Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ
+Alessandro Ruffinoni, Bispo auxiliar de Porto Alegre, RS
+ Leonardo Menezes da Silva, Bispo auxiliar de Salvador, BA

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Quem Somos

  ASSOCIAÇÃO CRISTO REI DE CULTURA E CIVISMO


Quem é a Associação Cristo Rei? Os poucos, mas fiéis, visitantes de nosso blog, já devem ter feito esta pergunta. Para eles, portanto, segue, por assim dizer, uma breve carta de apresentação.
Primeiramente, apressamo-nos a dizer, somos uma entidade de caráter privado, que tem seu quadro constitutivo formado por leigos católicos fiéis a Cristo e à sua Santa Igreja, sem rugas e sem máculas, sob a luz e direção do Magistério do Sumo Pontífice e dos Bispos.
O nome, Cristo Rei, escolhido para a Associação, decorre de acurado estudo, e, conseguinte submissão às diretrizes apontadas pelo Papa Pio XI, de saudosa memória, na Encíclica Quas Primas, em 11 de dezembro de 1925, na qual institui a festa de Cristo Rei no último domingo do mês de outubro.
Com efeito, a escolha do nome emergiu das mesmas angústias que dominavam o Sumo Pontífice acerca do panorama do mundo de então. Assinalava, como gravíssimos males daquele mundo, o laicismo e a apostasia pública que ele produziu nas sociedades.
Justamente, tratou o Papa Pio XI de reparar tais males instituindo a celebração solene de Cristo Rei porque a Igreja, por meio de sua admirável pedagogia, cada vez que quer fazer viva nos fiéis a presença de uma verdade determinada, a celebra, a faz liturgia.
Do dito, quem pode negar que aquele laicismo devastador e aquela apostasia das nações que atribularam o coração do Santo Padre há mais de oito décadas, nada são se comparamos com este radical imanentismo e com este ímpio secularismo que presidem, hoje, a construção de uma Civitas Mundi, inspirada no Regnum Hominis em perene batalha contra a Civitas Dei?
Hoje, muito mais que em 1925, se faz necessário resgatar a projeção temporal do Reinado de Cristo como único modo de alcançar um mundo realmente mais justo e mais humano. Tudo quanto façamos neste sentido deve ser com as vistas postas neste Reino que consumará a História. Mas enquanto aguardamos – e deixando expressamente a salvo a legítima pluralidade das opções políticas do cristão - recordemos: Com Cristo tudo podemos e nosso esforço na esfera política não deve ser outro senão para que Ele reine.
Partindo das premissas acima aduzidas afiramos que:

A tarefa dos poderes públicos é conduzir a Nação para a realização de uma alta missão que engrandeça seus filhos, ao mesmo tempo em que engrandeça a Nação na história. A preservação dos ideais de vida que a inspira, de sua religiosidade, de sua cultura, de sua tradição, de seus hábitos sociais – expressão do caráter nacional – é o grande objetivo que um governo deve ter diante de si.
Logo, entendemos que o enriquecimento nacional, por si só, ainda que com melhor distribuição dos bens, não basta para evitar que a Nação seja conduzida para rumos que a desviem da sua formação cristã, da sua dignidade de viver segundo os padrões morais em que foi constituída e num plano elevado de responsabilidade e de recato fora do qual a vida humana se degrada à animalidade mais baixa, animalidade esta para aonde nos quer arrastar a ideologia marxista e totalitária em que assenta o atual governo, como ficou evidente através da edição do decreto que aprovou o malfadado Plano Nacional de Direitos Humanos – 3.
Assim, resta claro a todos, que a Associação Cristo Rei de Cultura e Civismo proclama e proclamará, sem medo nem fraquezas, porém com caridade, esta Realeza Social de Cristo.
E para tanto prostramo-nos junto à Imaculada Mãe de Deus, Rainha dos Anjos e dos homens, para que se digne escolher-nos para militar com Cristo, não somente oferecendo ao trabalho – como dizia o capitão Ignácio de Loyola - todos os que fazem parte desta Associação, senão também para distinguir-nos e convocar-nos para essa mesma campanha do Reino de Deus contra as forças do Mal, campanha que é divisor da historia do mundo, sabendo que nosso Rei é invencível, que seu Reino não terá fim, que seu triunfo e Vinda não está longe e que sua recompensa supera todas as vaidades deste mundo, e mais ainda, tudo quanto o olho viu, o ouvido ouviu e a mente humana pode sonhar de belo e de glorioso.
Esta é a Associação Cristo Rei. Se você tem esse mesmo espírito de combate, de fidelidade e de amor à Cristo e à sua Igreja, procure-nos, entre em contato. Venha cerrar fileiras conosco, para que juntos possamos “combater o bom combate”.



Combater pela Verdade



“Combate pela verdade até a
morte e o Senhor guerreará por ti”.
(Eclesiástico 4, 28)



“Combate pela verdade até a morte”. Senhor: dai-nos a fé dos cruzados e faça-nos cavaleiros de seu Reino.
Velaremos as armas como Alonso Quijano em uma noite que terá uma alvorada clara. Não queremos ser muitos. “Cavalaria não aprecia  multidão de número”, disse Raimundo Lulio.
Dai-nos o amor e o valor da verdade. Para o testemunho, simples e inteiro, te pedimos a esperança dos mártires.
Tua Presença nos dará fortaleza na hora da prova.
Que bela que é a morte querida e aceita quando o Amor aguarda!
Queremos combater por nossa Pátria. Teus inimigos são meus inimigos.
Ímpios e blasfemos quando atacam de frente. Os conhecemos bem.
Levantaremos combate levando um estandarte azul celeste e branco com a Cruz redentora.
Inimigos de Deus e da Pátria, nossos inimigos.
Insidiosos e maliciosos; simuladores vis quando preparam em segredo suas ciladas. Os conhecemos bem.
Até suas guaridas os perseguiremos, combatendo até a morte com a Cruz como escudo.
“Combate pela verdade até a morte e o Senhor guerreará por ti”. É Deus mesmo quem luta se a causa de Deus é nossa causa.
Senhor dos Exércitos: combate no combate.
Olha nosso estandarte: dai-nos a Fé e a Esperança dos Mártires.
Que sejamos capazes de proclamar-te sem temor face a perfídia de nossos inimigos e a morte onde “o repouso repousa na Excelência do Coração de Deus”.
Sem uma deserção em nossas filas, por Deus e pela Pátria, levantemos o combate.



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Gilbert Keit Chesterton

 

“Hoje não há outra instituição no mundo que esteja atenta a prevenir as pessoas dos falsos caminhos. O policial chega muito atrasado quando tenta prevenir os homens do erro. O médico também chega muito atrasado, pois ele só vem para trancafiar o louco, e não para aconselhar um homem são em como não ficar louco. E todas as outras seitas e escolas são inadequadas para este propósito. Não é porque cada uma delas não possa conter uma verdade, mas precisamente porque cada uma delas contêm a sua verdade. Nenhuma das outras realmente pretende conter a verdade. Isto é, nenhuma das outras realmente pretende estar buscando na mesma direção. A Igreja não está simplesmente armada contra as heresias do passado e mesmo do presente, mas igualmente contra as do futuro, e estas podem ser o exato oposto destas do presente. O catolicismo não é ritualismo; pode no futuro lutar contra algum tipo de superstição ou de um exagero idolátrico do ritual. O catolicismo não é asceticismo; repetidas vezes no passado reprimiu exageros cruéis e fanáticos de asceticismo. O catolicismo não é meramente misticismo; está agora mesmo defendendo a razão humana contra o mero misticismo dos pragmáticos. Assim, quando o mundo tornou-se puritano, no século XVII, a Igreja foi acusada de tornar a caridade um sofisma, por tornar tudo fácil por causa do confessionário. Agora que o mundo não está se tornando puritano, mas pagão, é a Igreja que em todo lugar protesta contra uma lassidão pagã do modo de vestir e tantos outros costumes. Está sendo feito o que os puritanos desejavam que fosse feito. Entre todas as possibilidades, tudo que é melhor no Protestantismo somente sobreviverá no Catolicismo; e neste sentido, todos os católicos serão puritanos quando todos os puritanos serão pagãos”.


Carta aos Pais

Esta carta de André Charlier merece ser lida duas vezes. Uma, por seu conteúdo e oportunidade; Outra, tendo-se em vista a data em que foi escrita, 22 de outubro de 1954, quando Charlier era diretor da escola preparatória de Clères, na Normandia.
Embora escrita para pais franceses, estas breves reflexões certamente interessarão ao leitor brasileiro.

Prezados amigos, escrevi há muitos anos "cartas aos pais", e parei de escrevê-las, uma vez que, no final, não via utilidade. Elas não persuadiam senão aqueles que já se encontravam persuadidos. Muitos me escreviam: «Como o sr. tem razão!», mas não passavam desta aprovação platônica. Ora, tenho muito pouco tempo para escrever coisas inúteis. Se escrevo aos senhores hoje mais uma vez, é porque uma imperiosa necessidade me incita a isto. É preciso, de todo modo, que o homem ao qual os senhores confiaram a educação de seus filhos lhes diga o que pensa da juventude da França que cresce. Sua responsabilidade moral, como a minha, está empenhada e é preciso que aos senhores seja apresentada a realidade. O quadro que apresento é uma visão geral cujos elementos não foram tomados apenas do que pude constatar na Escola. Do que tenho a lhes dizer, cada um aproveitará o que quiser ou puder.
O que me espanta mais, é o quanto esta juventude é pouco viril. E por que é assim? Porque, simplesmente, os senhores jamais exigiram nada dela. Os senhores apenas se preocuparam de que fossem felizes e realizaram todos os seus desejos; desde a primeira infância, os satisfizeram de todos os modos possíveis; como poderão querer que tenham a idéia de que, por um lado, a vida é difícil, que as coisas difíceis são as únicas que interessam e que, por outro lado, todas as alegrias se compram e mesmo que custam tanto mais caro quanto mais elevadas são? Tudo sempre lhes foi dado e eles julgam normal que tudo lhes seja dado, estimam mesmo que é seu direito; e como a cultura e a ciência não se comunicam por si mesmas, vêem nisso uma espécie de injustiça. Eles não estão longe de se considerarem vítimas, posto que o Latim e as matemáticas não entregam tão facilmente os seus segredos.
Isto é assim porque, na educação que os senhores lhes deram, eles sempre receberam tudo de graça. Os senhores foram vítimas da demagogia universal e do moderno liberalismo, que considera a autoridade um vestígio de tempos bárbaros. Os senhores repudiaram a autoridade; quiseram agradar seus filhos para serem amados: mas não serão mais amados do que nossos pais o foram e serão, talvez, menos estimados por seus próprios filhos quando estes tiverem idade para julgar. Pois não lhes ensinaram que tudo tem um preço e que as coisas de valor custam caro. Jamais tiveram necessidade de merecer os prazeres que lhes foram dados; jamais aprenderam a fazer coisas contrárias às suas vontades. Ora, não é coisa agradável, em si mesma, por exemplo, estudar as declinações do latim ou do alemão.
Quando eu era pequeno, aprendi a fazer sem discutir o que me era ordenado; prestaram-me, assim, um imenso serviço. Mas, seus filhos, como discutem tudo! Não param nunca de discutir! Nada parece agradável para eles. Julgam tudo à medida de seu prazer imediato. Não se surpreendam que não tenham nem obediência, nem disciplina, nem respeito, nem senso de dever. E mais: os senhores os cumularam a tal ponto, que não querem mais nada, e eu jamais vi coisa mais desoladora do que jovens sem vontade. A ausência de vontade é um estanho bem-estar.
Julgam que sou pessimista? Mas os professores que conheço me dizem precisamente o mesmo. Aliás, nas conversas que tive com os senhores, todos mostraram estar de acordo com o que disse, apenas esqueceram de aplicá-lo nas próprias casas. Os senhores não se dão conta de que se preocupam imensamente com tudo que diga respeito à saúde, alimentação, conforto, férias ― e também com os estudos, pois, no final, há o sacro-santo vestibular ― mas, e quanto à alma dos seus filhos, ela os preocupa? Enquanto aguardo que o respondam perante Deus, pergunto: Que homens os senhores darão à França?
Os senhores sabem, contudo, que a vida não é fácil. Seus encargos profissionais são cada vez mais pesados. Os senhores estão insensíveis para o quanto a França diminuiu-se politicamente no mundo, o quanto ela decepciona seus amigos estrangeiros por não trabalhar o bastante, por não saber governar sua casa, por ter perdido suas forças em discussões estéreis. Acreditam que uma geração sem alma livrará a França de seu mal? Pois estamos prestes a fabricar a geração mais medíocre que a França jamais conheceu, pois nossos filhos não sabem mais impor a si mesmos tarefas desagradáveis. Aliás, eles encontraram um maneira fácil de escapar delas, que é a dos fracos: eles mentem. Mentem aos senhores, e os senhores não se dão conta. Quanto a mim, gasto um tempo precioso para descobrir suas mentiras. Jamais tive tanta dificuldade para estabelecer, em meu internato, uma atmosfera de lealdade. Não seria assim se os senhores tivesse comunicado o sentimento de que a regra nos ultrapassa e que a devemos respeitar. Mas, como os srs. são franceses — os franceses são anárquicos ― os srs. dão a eles, involuntariamente, o sentimento de que podemos burlar a regra. Para as saídas de domingo, fixei que se deveria voltar às 17 horas — pois a esta hora há, seja um estudo, seja um ofício na capela: mas cada domingo há alunos atrasados. Estabeleci como regra absoluta que os alunos não devem levar dinheiro com eles, mas os srs. lhes dão por trás de minhas costas, o que os instala na mentira e produz conseqüências por vezes muito graves.
Após nos ter confiado seus filhos, os srs. pararam de se preocupar com sua educação. Mas os senhores nos repassam a responsabilidade de fazer o que os srs. mesmos não têm a coragem de fazer. Os srs. abdicaram. Sei bem que, dada a atmosfera moral do mundo moderno, a tarefa dos pais, se a quiserem cumprir escrupulosamente, é uma tarefa quase heróica. Pois bem, é preciso tomá-la como tal, e não fugir dela. Ninguém os substituirá e, apesar de tudo, os senhores responderão por ela. Os srs. sabem o que se passa nas casas de educação, mesmo religiosas? Os educadores estão completamente impotentes: ocupam-se dos melhores e deixam a grande massa dos medíocres com sua mediocridade.
Somos aqui uns poucos que se põem a fazer uma tarefa que, hoje, ninguém mais quer fazer e que ninguém quer ajudar, sob nenhum ponto de vista. Portanto, não nos dê o desgosto de achar que, aquilo que arduamente fazemos de um lado, é freqüentemente desfeito por outro. Jamais foi tão difícil retomar o trabalho como este ano, após as férias, pois estas foram demasiado doces, prazerosas, confortáveis. E sobretudo, quando os srs. vierem aqui, abandonem a idéia de que estes pobres meninos devem ser, a todo preço, confortados do mal de serem internos com quilos de bombons, gordos desjejuns ou sei lá o que. Tento tratá-los como homens, e peço que acreditem: não é fácil. Ser homem não consiste em discutir e colocar tudo perpetuamente em discussão. Consiste em assumir responsabilidades corajosas e generosas em uma ordem que nos ultrapassa. Façam, pois, como eu. Acham que é heróico? Sejam, pois, heróis. Não há outra coisa a fazer.

André Charlier

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Sobre a necessidade de uma fé mais profunda

Reginald Garrigou-Lagrange, O.P.



Deve-se, desde o início, falar da necessidade de uma fé mais profunda, por causa dos perigos provindos de erros gravíssimos, atualmente espalhados pelo mundo, e por causa da insuficiência dos remédios a que freqüentemente recorremos contra eles.

Os perniciosos erros que se espalham pelo mundo, tendem à descristianização completa dos povos. Ora, isto começa com a renovação do paganismo no século XVI, ou seja, com a renovação da soberba e da sensualidade pagã entre cristãos. Este declínio avançou com o protestantismo, por sua negação do Sacrifício da Missa, do valor da absolvição sacramental e, por conseqüência, da confissão; por sua negação da infalibilidade da Igreja, da Tradição ou Magistério, e da necessidade de se observar os preceitos para a salvação. Em seguida, a Revolução francesa lutou manifestamente para a descristianização da sociedade, conforme os princípios do Deísmo e do naturalismo — isto é: se Deus existe, não cuida das pessoas individuais, mas somente das leis universais. O pecado, por estes princípios, não é uma ofensa à Deus, mas apenas um ato contra a razão, que sempre evolui; assim, considerava-se o furto como pecado enquanto se admitia o direito à propriedade individual; porém, se a propriedade individual é, como dizem os comunistas, contrário ao que se deve à comunidade, nesse caso, é a própria propriedade individual que é furto.

Em seguida, o espírito da revolução conduziu ao liberalismo que, por sua vez, queria permanecer numa meia altitude entre a doutrina da Igreja e os erros modernos. Ora, o liberalismo nada concluía; não afirmava, nem negava, sempre distinguia, e sempre prolongava as discussões, pois não podia resolver as questões que surgiam do abandono dos princípios do cristianismo. Assim, o liberalismo não era suficiente para agir, e após ele veio o radicalismo mais oposto aos princípios da Igreja, sob a capa de “anticlericalismo”, para não dizer anticristianismo. Assim, os maçons. O radicalismo, então, conduziu ao socialismo e o socialismo, ao comunismo materialista e ateu, como agora na Rússia, e quis invadir a Espanha e outras nações negando a religião, a propriedade privada, a família, a pátria, e reduzindo toda a vida humana à vida econômica como se só o corpo existisse, como se a religião, as ciências, as artes, o direito fossem invenções daqueles que querem oprimir os outros e possuir toda propriedade privada.

Contra todas essas negações do comunismo materialista, só a Igreja, somente o verdadeiro Cristianismo ou Catolicismo pode resistir eficazmente, pois só ele contém a Verdade sem erro.

Portanto, o nacionalismo não pode resistir eficazmente ao comunismo. Nem, no campo religioso, o protestantismo, como na Alemanha e na Inglaterra, pois contém graves erros, e o erro mata as sociedades que nele se fundam, assim como a doença grave destrói o organismo; o protestantismo é como a tuberculose ou como o câncer, é uma necrose por sua negação da Missa, da confissão, da infalibilidade da Igreja, da necessidade de observar os preceitos.

O que, pois, se segue dos erros citados no que diz respeito à legislação dos povos? Esta legislação torna-se paulatinamente atéia. Não somente desconsidera a existência de Deus e a lei divina revelada, tanto positiva como natural, mas formula várias leis contrárias à lei divina revelada, por exemplo, a lei do divórcio e a lei da escola laica, que termina por tornar-se atéia, nos três graus: escolas primárias, liceus ou ginásios e universidades, nas quais freqüentemente reduz-se a religião à história mais ou menos racionalista das religiões, na qual o cristianismo somente aparece como no modernismo, como uma forma agora mais alta da evolução de um senso religioso que sempre muda, de modo que nenhum dogma seria imutável nem imutáveis os preceitos; por fim, vem a liberdade total de cultos ou religiões, e da própria impiedade ou irreligião. Ora, as repercussões destas leis em toda sociedade são enormes; tome, por exemplo, a repercussão da lei do divórcio: qualquer que seja o ano, qualquer que seja a nação, milhares de famílias são destruídas pelo divórcio e deixam sem educação, sem direção, crianças que terminam por se tornar ou incapazes, ou exaltadas, ou más, por vezes, péssimas. Do mesmo modo, saem da escola atéia, todos os anos, muitos homens ou cidadãos sem nenhum princípio religioso. E portanto, em lugar da fé, da esperança e da caridade cristã, têm eles a razão desordenada, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, o desejo de riqueza e a soberba de vida. Todas essas coisas são erigidas em um sistema especial materialista, sob o nome de ética laica ou independente, sem obrigação e sanção, na qual às vezes remanesce algum vestígio do decálogo, mas um vestígio sempre mutável. Se, porém, os efeitos dolorosíssimos destes erros perniciosos ainda não aparecem claramente na primeira geração, na terceira, quarta e quinta se manifestam segundo a lei da aceleração na queda. — É como na aceleração da queda dos corpos: se numa 1a. etapa da descida, a velocidade é como que 20, numa 5ª será como que 100. E isto se contrapõe ao progresso da caridade, que, segundo a parábola do semeador, é por vezes 30, 50, 100 para um.

É a verdadeira descristianização ou apostasia das nações. E isto foi exposto justamente na longa epístola do grande católico espanhol Donoso Cortes escrita ao Cardeal Fornari para que a apresentasse à Pio IX; o título dela é: Sobre o princípio generativo dos graves erros hodiernos (trinta páginas) e Discurso sobre o estado atual da Europa (1830). Cf. Opera do mesmo autor 5 vol. Madrid 1856: trad. Fr, 1862, t. II, p 221, ss; t. I, p 399; trad. It. 1861. Em seguida, a mesma série de erros foi exposta no Silabo de Pio IX, 1861 (Dz. 1701).

O princípio destes erros é: Se Deus existe, não cuida das pessoas individuais, mas somente, das leis universais. Daí o pecado não ser uma ofensa contra Deus, mas somente contra a razão, que sempre evolui. Disto segue que não existiu o pecado original, nem a Encarnação Redentora, nem a graça regenerativa, nem os sacramentos que causam a graça, nem o sacrifício e, por isso, não é útil o sacerdócio, nem é útil a oração.

No fundo, o Deísmo não parece verdadeiro, pois se os homens individualmente não precisam de Deus, porque se admitiria que Deus existe no céu? É preferível admitir que Deus se faz na humanidade, que é a tendência mesma ao progresso, à felicidade de todos, sobre a qual falam o socialismo e o comunismo.

Portanto, qual é, segundo este princípio, o modo de discernir o falso do verdadeiro? O único modo é a livre discussão, no parlamento ou em algum outro lugar, e esta liberdade é, portanto, absoluta, nada pode ser subtraído à sua jurisdição, nem a questão do divórcio, nem a necessidade da propriedade individual, nem a da família ou da religião para os povos.

Assim, a discussão fica libérrima, como se não existisse a Revelação divina; se se objeta, por exemplo, que o divórcio é proibido no Evangelho, isto pouco importa.

Destas coisas nascem, como é patente, grandes perturbações, inúmeros abortos, crimes, e não se encontra remédio, senão o de aumentar cada vez mais a polícia ou o exército.

Mas, a polícia obedece àqueles que estão no poder e não raro, depois destes, vêm seus adversários e ordenam o contrário. De outra parte, tendo-se suprimido a propriedade privada, suprime-se, de modo geral, o patriotismo, que é como a alma do exército.

Donde estes remédios não serem suficientes para conservar a ordem e evitar as graves e intermináveis perturbações, pois não mais se admite a lei divina, e nem a lei natural escrita por Deus em nossos corações (E tudo isso é uma demonstração per absurdum da existência de Deus.)

Neste caso, é para se concluir com Donoso Cortes que estas sociedades, fundadas sobre princípios falsos ou sobre uma legislação atéia, tendem para a morte. Nelas, com o auxílio da graça, as pessoas individuais podem ainda se salvar, mas estas sociedades, como tais, tendem para a morte, pois o erro, sobre o qual se fundam, mata, como a tuberculose ou o câncer que, progressiva e infalivelmente, destrói nosso organismo. — Só a fé cristã e católica pode resistir a estes erros, e tornar a cristianizar a sociedade, mas, para isso, requer-se uma condição, uma fé mais profunda, conforme a Escritura: « Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. » (1 Jo 5, 4).


(De Sanctificatione Sacerdotum, intro., tradução: PERMANÊNCIA)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Oração de um Cristero



Jesus Misericordioso! Meus pecados são mais que as gotas de sangue que derramaste por mim. Não mereço pertencer ao exército que defende os direitos de Tua Igreja e que luta por Ti. Quisera nunca haver pecado para que minha vida fosse uma oferenda agradável à Teus olhos. Lava-me de minhas iniqüidades e limpa-me de meus pecados. Por Tua Santa Cruz, por minha Mãe Santíssima de Guadalupe, perdoa-me, não soube fazer penitência de meus pecados; por isso quero receber a morte como um castigo merecido por eles. Não quero lutar, nem viver, nem morrer, senão por Ti e por Tua Igreja. Mãe Santa de Guadalupe, acompanha em sua agonia a este pobre pecador. Conceda-me que meu último grito na terra e meu primeiro cântico no céu seja “VIVA CRISTO REI”. Amém.